ERRAR É HUMANO

 

Vitor de Athayde Couto

 

À noite todos os gatos são pardos, segundo o IBGE.

Cavalo dado não se olham os dentes; nem o dentista?

Quem não é visto não é lembrado; nem importunado.

Cada um sabe onde lhe aperta o sapato; menos quem não tem sapato.

Não ponha a carroça na frente dos bois; prefira os bois atrás da carroça.

Quando um burro fala, o outro também fala.

Quem não tem máquina lava a roupa suja na casa do vizinho.

Deixe sempre para amanhã aquilo que você pode fazer hoje; se for alguma coisa mal feita, talvez você acabe esquecendo.

Em terra de cego, quem tem um olho espia pela fresta da janela.

Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de segredo.

Uma andorinha sozinha não faz verão, mas faz outono, inverno e até primaveras!

Não julgue um livro pela capa. Leia somente os bons, eles são poucos.

Quem tem boca vai a Roma. Quem tem dinheiro vai de avião, em silêncio, dormindo na primeira classe.

Devagar se chega ao longe. Depressa, mais longe ainda.

Quando a esmola é demais, o santo vai querer cada vez mais.

Água mole em pedra dura, tanto bate até o fornecimento ser cortado por falta de pagamento.

Quem espera sempre cansa.

Caiu na rede, dormiu e sonhou que era um peixe.

Pra baixo, todo santo ajuda. Menos a inflação.

Santo de casa não faz milagre, vai à igreja.

Errar é humano porque ninguém se lembra da segunda parte: persistir no erro é diabólico.

_______________________________________________

Escute o texto narrado pelo autor: