A violência no litoral do Piauí já resultou na morte de mais de 110 pessoas desde o início deste ano. Os crimes, a maioria com características de execução, tiveram grande influência da guerra entre facções criminosas que têm ocorrido na região.

Entre prisões e solturas, mais homicídios têm sido registrados nas cidades que compõem a planície litorânea do estado do Piauí.

Nessa quarta-feira (30/11), policiais militares do serviço reservado do 2º Batalhão Major Osmar, prenderam um jovem apontado como responsável por um homicídio ocorrido ainda na madrugada. A vítima, identificada como João Luís Chaves, de 46 anos, foi alvo de vários tiros, em rua do bairro São Benedito, em Parnaíba. O atirador ocupava uma bicicleta no momento do crime, segundo a PM.

Apesar da prisão com base no relato de testemunhas, o jovem de 19 anos preso pela polícia foi liberado na manhã de hoje (01/12), da Penitenciária Mista de Parnaíba. “Percebo que não houve justa causa para a prisão em flagrante. Isso porque foi baseada numa denúncia anônima, a qual não foi corroborada por diligências posteriores. Assim, aparentemente, não há ainda indícios de autoria, por parte do autuado”, diz a decisão do Juiz de Direito da Central de Audiência de Custódia de Parnaíba, Georges Cobiniano Sousa de Melo.

Andamento das investigações

Conforme informações repassadas pelo delegado regional de Polícia Civil em Parnaíba, Williams Pinheiro, a quantidade de crimes ocorridos na região demandam de tempo para serem investigados. Ele ainda garantiu que a polícia está fazendo sua parte quanto à prisão de envolvidos nos crimes de homicídio registrados nos últimos meses, contando com a colaboração das polícias de outros estados.

Delegado Williams Pinheiro em entrevista concedida à imprensa de Parnaíba.

“Todos os inquéritos estão em andamento. […] Alguns com a autoria definida. Os pedidos de prisão estão sendo feitos. A medida do tempo em que o Judiciário vai dando as medidas de prisões preventivas e os pedidos de prisões temporárias, a Polícia Civil está dando cumprimento de imediato. Encontrando suspeitos na nossa região, a gente está realizando as prisões. Fora isso, a gente está levantando as investigações para outros estados, porque a maioria desses suspeitos também fogem, saem daqui, tanto para o Ceará, como para o Maranhão, dificultando a captura deles”, disse.