chikungunyaNova enfermidade tem causado mobilização dos órgãos governamentais responsáveis pela saúde no país. A bola da vez é a chamada febre chikungunya, doença causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae.

Tem grande semelhança com a dengue, além de ter, praticamente, todos os sintomas, esta é transmitida também pelo mesmo mosquito transmissor, no entanto, através da picada do Aedes aegypti infectado pelo vírus da febre e com sintomas, muitas vezes, irreversíveis, como é o caso de problemas nas articulações, a artrite e a artrose. A febre chikungunya é uma doença nova para a população brasileira, apesar de já existir há um tempo, em países situados na Ásia e na Europa, com o passar do tempo, passou a se espalhar nos Estados Unidos, México e, em seguida, na América Central.

No fim de 2013, a doença avançou para ilhas do Caribe e da Guiana Francesa, chegando assim na América do Sul, inclusive no Brasil, sendo o Amapá o primeiro Estado a ter caso da doença. Já na região Nordeste, o Estado da Bahia foi o que chegou a registrar casos, devido ao intenso turismo.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde no Piauí (Sesapi), já foram registrados em torno de 105 casos suspeitos notificados da febre chikungunya.

Dentre os casos suspeitos no Piauí, estão o da jornalista Rhanna Machado e de sua mãe, que ambas começaram a sentir os sintomas na última sexta-feira, 3, e foram intensificados no domingo, 5.

“Ainda não temos certeza que se trata da febre chikungunya, mas o médico falou que os exames estão sendo analisados no Pará. Os sintomas são bem semelhantes aos divulgados sobre a febre, como dores e inchaços nas articulações, olhos vermelhos, pele manchada e cansaço. De todos esses sintomas, só não dei febre, mas minha mãe deu”, explica Rhanna Machado.

De acordo com Amparo Salmito, médica infectologista, a doença é transmitida quando um indivíduo infectado é picado pelo mosquito Aedes aegypti e este passa a espalhar o vírus para as demais pessoas.

“Em vista da possível propagação da doença, o Ministério da Saúde fez um treinamento com médicos e técnicos da Saúde, prevendo o que iria acontecer. Porque essa doença possui o mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. Se nós tivermos muitos mosquitos e dengue, teremos a chikungunya. Como na dengue, o mosquito pica uma pessoa que está com a doença, recebe este vírus, passa para o mosquito e este, ao longo de sua vida, que dura em torno de 30 dias, precisa de sangue para fazer a ovoposição. Se picou alguém com a febre ou com dengue, essa pessoa contaminará o mosquito e este contaminado, seguidamente, vai picar outras pessoas e a doença disseminará rápido”, explica Amparo Salmito.

Dores provocadas pela doença podem durar a vida toda

A médica infectologista explica que a dengue pode levar à morte, caso seja hemorrágica; já a febre chikungunya, apesar de não provocar a morte, pode gerar complicações e sequelas que ficam para a vida toda.

“A dengue, em mais de 99% dos casos, em uma semana está curada, esta pode causar a morte, caso se trate de dengue hemorrágica. Já a chikungunya, a pessoa só tem uma vez, na grande maioria das vezes, de 90% a 95% dos casos, as articulações incham e doem, em média três semanas. Mas há casos, em torno de 5% a 10%, que tais sintomas podem durar de um a três anos. A grande preocupação, apesar de não haver mortalidade, o chikungunya maltrata muitos os pacientes, causando complicações e sequelas ficam para toda a vida”, destaca Amparo Salmito.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2014 foram registrados 1.364 novos casos da doença e encaminhados para a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, o órgão afirma não haver motivos para alarme, devido aos serviços de saúde e de vigilância sanitária estarem atentos, assim como os médicos, laboratórios e as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde vêm recebendo as devidas orientações.

Fonte: Meio Norte