Não teve a festa dos torcedores nas arquibancadas. Mas, tirando isso, a rotina do Flamengo de Jorge Jesus se manteve intacta. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, os rubro-negros incluíram mais um troféu na já longa lista de conquistas sob o comando do técnico português. Depois do Brasileiro, da Libertadores, da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-americana, nesta quarta foi a vez do Campeonato Carioca.

 

Foi o segundo título estadual seguido do Flamengo e o 36º de sua história. Para Jorge Jesus, foi o primeiro. E que pode ter sido o último de sua passagem pelo clube. Após muitas especulações sobre o interesse do Benfica, a tendência é que o futuro do treinador seja conhecido nesta quinta.

 

A estratégia do Flamengo de emitir sons da torcida através do sistema de áudio do Maracanã quebrou a frieza típica de jogos com portões fechados e deu mais cara de final ao clássico. Difícil medir qual o nível de influência desta medida, mas o fato é que o time rubro-negro entrou em campo com atuação bem superior a dos Fla-Flus anteriores. O domínio total da posse, a bola girando por todos os lados do campo, a movimentação dos jogadores — características já tradicionais equipe de Jorge Jesus — ditaram o primeiro tempo.

 

O grande mérito do Fluminense foi, mais uma vez, saber fechar os espaços para o adversário, que teve poucas chances claras de gol. O problema é que este desenho do jogo só interessava aos rubro-negros, com a vantagem do empate pela vitória no primeiro jogo.

 

Para sonhar com a taça, os tricolores precisavam se expor mais. A estratégia ofensiva de Odair Hellmann era clara: apostar na velocidade de Marcos Paulo e Evanílson. A dupla se esforçou para dar trabalho. Mas, devido aos excessivos erros na saída de bola, ela chegava pouco até eles. E nem sempre da melhor forma.

 

A inversão de momentos, ocorrida no intervalo dos dois últimos clássicos, não se repetiu desta vez. O Flamengo seguiu ditando o ritmo da partida e pressionando o Fluminense. Nem parecia que era o time das Laranjeiras que precisava de um gol. Não teve nem mesmo o tradicional abafa nos minutos finais. O gol de Vitinho, já nos acréscimos, foi um prêmio ao empenho rubro-negro e à falta de ambição tricolor.

 

Fonte: Extra