Ivete Sangalo revelou ter repensado sua carreira como cantora após o nascimento do primeiro filho, Marcelo, atualmente com 11 anos. Em bate-papo com Marcos Mion, ela contou ter sido convencida pelo marido, Daniel Cady, que a decisão era precipitada. “Eu me lembro de chamar o Daniel e falar: ‘Papai, eu quero acabar com tudo hoje’. E ele falou: ‘Mama, calma, você está encharcada de hormônio e eu queria que você pensasse direito e respirasse fundo’. Eu fiquei bem doida”, disse sobre o período pós-parto do primogênito – elogiado pela mãe por sua habilidade no surfe.

 

A artista teve mais certeza de que queria continuar sua trajetória como cantora ao reencontrar fãs. “No primeiro sinal de carinho do meu público, saindo da maternidade, com a minha felicidade, eu falei: ‘Não, não é nada disso’. Essa experiência veio com uma explosão no peito e me faltava ar para falar deles. Foi bom que Daniel é muito equilibrado e me fortaleceu imediatamente”, elogiou sobre o nutricionista, com quem protagonizou momento romântico em live e afastou rumores de crise no casamento.

 

Ivete rejeita machismo em criação

 

Na conversa, a baiana ainda citou as duas filhas mais novas, Helena e Marina, atualmente com 2 anos – que roubam a cena sempre que aparecem nas redes sociais da mãe. “Quando as meninas nasceram, falaram: ‘Ivete, como você vai preparar suas filhas para esse mundo machista? Eu digo: ‘As minhas eu não vou preparar não, vou preparar Marcelo para que não seja’. Elas irão sofrer o machismo, porque quem atua nesse universo é o mundo masculino e uma parte do mundo feminino que valida isso”, justificou.

 

Ela ainda apontou os desafios na criação dos três herdeiros, com quem tem convivido intensamente na quarentena. “Sou uma mãe que olha meus filhos como indivíduos, tento ao máximo criar meus filhos sem subestimar a existência deles, porque eles não são minhas propriedades”, ponderou Ivete.

 

Cantora notava desigualdade de gênero em casa: ‘Pai era machista daqueles de pódio’

 

Segundo a dona do hit “Sorte Grande”, desde quando era criança, ela via os reflexos da desigualdade de gênero. “Percebia dentro da minha casa. Meu pai era um machista daqueles do pódio, sabe? Ele tinha regras de convívio: como viajava, a roupa tinha que ser passada e colocada na mala de tal forma, gostava de comer 12h15, o bife tinha que ser de não sei o que… e eu via aquele movimento, com minha mãe sobrecarregada”, recordou.

 

Em contraponto com as atitudes do pai, Alsus, ela via sua mãe, Maria Ivete, se impôr. “O que me fez perceber isso era a postura da minha mãe: ela se sobrepunha àquela superioridade de meu pai com a superioridade intelectual e emocional. Ela tratava ele como um cara infantil e ingênuo, ela era capaz de dizer a ele: ‘vou fazer a mala do jeito que você gosta, sendo que na primeira parada, ela não estará mais arrumada. Você terá que dobrar sua roupa e seu sofrimento será esse, você dependerá de mim sempre para ter a mala do jeito que você gosta”, contou.

 

Fonte: Purepeople