Kaká e Neymar (Foto: Reprodução)

Entre 2006 e 2010, Kaká era motivo de histeria de dez a cada dez torcedoras da seleção brasileira. Na Granja Comary, em Teresópolis, nas viagens do time canarinho… Era o apoiador aparecer e os gritos ecoarem por hotéis, estádios… Agora, três anos depois, os gritos são para o atacante Neymar. Em igual ou maior proporção. O craque do Santos ocupou o trono deixado pelo meia do Real Madrid após o Mundial de 2010. E a partir do dia 7 de outubro, em Breslávia, na Polônia, os dois vão conviver pela primeira vez. É isso mesmo. Kaká e Neymar nunca se encontraram, sequer trocaram meia dúzia de palavras, e agora dividirão o mesmo espaço e o carinho das fãs da equipe nacional.

 A revelação foi feita pelo próprio Kaká em entrevista. Por telefone, o meia contou que jamais encontrou Neymar e não tem noção do tamanho da popularidade do camisa 11 no Brasil.

 – Nunca encontrei o Neymar pessoalmente. Será a primeira vez. Tenho acompanhado aqui da Europa odesempenho dele, mas não sei a dimensão de tudo que acontece com ele no Brasil. Acompanhei um pouco as especulações da possível vinda dele para a Espanha e foi só isso. Será bacana encontrá-lo pela primeira vez – disse o apoiador, que vai participar dos jogos diante do Iraque, no dia 11 de outubro, em Malmo, na Suécia, e no dia 16, contra o Japão, na Polônia.

 Surpreso com a convocação, Kaká revelou que não conversa com Mano Menezes desde abril. Porém, fez questão de assistir à convocação por conta dos rumores de que o seu nome poderia ser uma das surpresas da lista do comandante.

“Tenho acompanhado aqui da Europa o desempenho do Neymar, mas não sei a dimensão de tudo que acontece com ele no Brasil”

 – Não conversei recentemente. Faz um tempo que não nos falamos. Admito que foi uma surpresa essa convocação. Acompanhei a divulgação da lista pela TV, principalmente porque tinha um pessoal falando que o meu nome poderia ser um dos listados. Quando divulgaram a lista, eu fiquei super feliz. Parecia a minha primeira convocação.

 Na atual temporada, Kaká ainda não disputou nenhuma partida oficial pelo Real Madrid. Foram apenas amistosos e jogos não-oficiais. Na última quinta-feira, por exemplo, o jogador foi o destaque da goleada do time merengue por 8 a 0 sobre o Millonarios, da Colômbia. O meia marcou três vezes e deu uma assistência no triunfo da equipe espanhola.

 E é justamente por conta disso que Kaká prefere ser cauteloso. Antes de pensar em Copa das Confederações ou Copa do Mundo, o jogador quer iniciar uma nova trajetória com a amarelinha.

 – É cedo para falar de Copa. Estou voltando após dois anos e ainda preciso reconquistar o meu espaço, entrar em campo, jogar algumas partidas. É um recomeço. Foi o que falei em uma entrevista outro dia. É um recomeço aos 30 anos. Após ter conquistado quase tudo, eu tenho uma nova chance. Quero aproveitar da melhor forma o tempo que eu tiver aqui, os minutos que vou entrar em campo. Tudo para seguir no time até a Copa do Mundo.

 Durante a coletiva desta quinta-feira, Mano Menezes afirmou que Kaká tem atuado um pouco mais adiantado no clube merengue. No entanto, o meia mesmo diz que a diferença de estilo se deve aos esquemas de Milan, seu clube até 2009, e o Real.

 – O Milan e o Real Madrid jogam com esquemas diferentes. Na minha época, o Milan jogava no 4-3-1-2 e eu fazia esse número um. Atuava atrás de dois atacantes. No Real, eu jogo atrás de três. Existe uma obrigação maior na parte defensiva, mas sempre atuo perto da área – explicou o jogador.

 Caso consiga se firmar na Seleção até a Copa de 2014, Kaká disputará a sua quarta Copa do Mundo consecutiva. Anteriormente, o atleta esteve na Coreia do Sul e no Japão, em 2002, na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, em 2010. Agora, em 2012, tudo é novidade para o apoiador trintão. Até mesmo os companheiros mudaram. Dos 23 convocados por Mano, o meia atuou apenas com seis.

 – Vai ser bem legal o contato com o Neymar, com essa nova geração. Não vi a lista para ver quem já jogou comigo, mas será bem diferente. Um recomeço mesmo – encerrou o jogador, que não atua pela Seleção desde o dia 2 de julho, na derrota por 2 a 1 para a Holanda, nas quartas de final da Copa de 2010, disputada na África do Sul.