Dos prefeitos eleitos em 2020 no Piauí, a maior parcela apresenta o seguinte perfil: é do sexo masculino (87%), de 41 a 60 anos (56,2%), preto ou pardo (53,5%) e com ensino superior completo (58,9%). É o que aponta a Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC 2021 do IBGE.

Em contraste percebeu-se o perfil da minoria que compõe o poder executivo municipal, no Piauí: sexo feminino (13%), com idade entre 18 e 25 anos (1,7%), sem indígenas e apenas duas pessoas de cor amarela (0,9%). A curiosidade ficou nos extremos da estratificação por escolaridade, em menores quantitativos temos 1,7% dos gestores com doutorado e 2,2% deles com o ensino médio incompleto.

Desde a primeira edição MUNIC as características sexo, idade e escolaridade do gestor municipal são pesquisadas regularmente, no intervalo de quatro anos, e, a partir da edição de 2021, o quesito cor ou raça foi incluído no questionário de forma definitiva. Tais características são importantes para delinear os atributos dos ocupantes de cargos públicos gerenciais. Na medida em que se captura o perfil do gestor municipal, ficam evidentes os grupos populacionais que têm maior acesso a tais cargos. Nesse sentido, é possível identificar as desigualdades presentes na representatividade da população brasileira na política municipal.

No Brasil, foram identificados 674 gestores municipais do sexo feminino, o que equivale a 12,1% do total dos 5.568 municípios pesquisados e 4.894 do sexo masculino (87,9%). Verificou-se que, durante os 20 anos que separam a primeira pesquisa desta última edição, as prefeitas passaram de 332 para 674 (6,0% para 12,1%), porém, apesar de esse número ter dobrado, ainda é muito pequena a representatividade feminina no comando do executivo municipal. Em todos os anos pesquisados, a Região Nordeste (5,5%) apresentou o maior percentual de prefeitas, enquanto as Regiões Sul (1,8%) e Sudeste (2,4%), os menores.

Os estados cujos municípios tinham as maiores proporções de prefeitas em 2021 foram: Roraima (26,7%), Rio Grande do Norte (22,8%) e Maranhão (22,1%), nesse quesito o Piauí apresentou um percentual de 13%. Já as menores proporções foram observadas nos seguintes estados: Espírito Santo (2,6%), Amapá (6,3%), Minas Gerais e Rio Grande do Sul (7,4%).

Em todo o país a idade média de 50 anos dos responsáveis pela gestão municipal foi a maior já registrada desde 2001 (48,7 anos). No Piauí dentre os gestores municipais do sexo masculino a maioria possui idade entre 41 a 60 anos (53,8%), em seguida vêm as faixas etárias: de 26 a 40 anos (31,2%), mais de 60 anos (13%) e de 18 a 25 anos (2%). Analisou-se que também para as gestoras municipais a maioria está na faixa etária de 41 a 60 anos (72,4%), na sequência a idade de 26 a 40 anos (24,2%) e mais de 60 anos (3,4%), nas idades compreendidas entre 18 e 25 anos não há nenhuma prefeita.

De acordo com os resultados da pesquisa, no Brasil a maioria dos gestores municipais informou cor ou raça branca (68,8%), seguindo-lhes os declarantes de cor ou raça preta ou parda (30,6%) e indígena ou amarela (0,6%). As Regiões Sul e Sudeste apresentaram, respectivamente, 94,6% e 80,3% de gestores brancos, enquanto a maior proporção de pretos e pardos foi localizada nas Regiões Norte e Nordeste (60,1% e 50,5%, respectivamente).

No que diz respeito às Unidades da Federação, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul sobressaíram com a maioria dos gestores municipais de cor ou raça branca, alcançando percentuais superiores a 84,5% em todos esses estados. Por sua vez o Acre (68,1%), Amazonas (67,7%), Pará, (62,5%), Tocantins (60,4%), Piauí (53,5%), Maranhão (53,4%) e Roraima (46,6%) registraram as maiores proporções de gestores municipais pretos ou pardos.

Quanto ao grau de escolaridade, no Piauí a maior parcela dos gestores municipais possui ensino superior completo (58,9%). Cerca de 20% dos prefeitos piauienses têm título de pós-graduação. Por outro lado, o percentual de gestores com ensino fundamental incompleto é 4%.

Nos municípios pesquisados no país, em 2021, 57,8% dos gestores municipais tinham curso superior completo e 15,6% possuíam especialização, mestrado ou doutorado. Comparando-se esses resultados com os de 2017, observam-se os seguintes acréscimos: 195 no contingente de gestores com curso superior completo e 167 entre aqueles com pós-graduação. Ao longo dos últimos 20 anos da pesquisa, o número de gestores com título universitário vem demonstrando aumento, enquanto o daqueles com níveis mais baixos de escolaridade tem diminuído.

Ao analisar a distribuição dos Municípios por Grandes Regiões, verifica-se que a escolaridade dos gestores municipais não se mostrou muito desigual, sendo a maior parcela com o ensino superior completo identificada na Região Sudeste (59,5%), enquanto a menor, na Região Norte (51,7%). Quanto aos que não completaram sequer o ensino fundamental, a Região Sul registrou a parcela mais significativa (7,0%), ao passo que a Região Nordeste, a menor, com apenas 3,5% de seus gestores municipais com ensino fundamental incompleto.

Fonte: IBGE-PI