Mulheres trabalham 3,6 horas mais e ganham 20% menos que os homens.
Mulheres trabalham 3,6 horas mais e ganham 20% menos que os homens.

Os trabalhadores do Piauí têm o menor salário do Brasil. A Síntese de Indicadores Sociais-2014, divulgada nesta quarta-feira (17) pelo IBGE mostra que a média de rendimento dos piauienses ocupados é de R$ 948,00. O valor fica muito abaixo da média nacional, de R$ 1.605,00 e é três vezes menor que no Distrito Federal, onde a média salarial é de R$ 3.039,00.

Os dados do IBGE revelam ainda a diferença entre os rendimentos das mulheres e dos homens. No Piauí, elas trabalham 3,6 horas semanais a mais e ganham 20% menos que eles. Os afazeres domésticos são essenciais para que a conta entre remuneração e trabalho não feche.

A média salarial dos homens ocupados é de R$ 1.023, enquanto as mulheres na mesma condição ganham apenas R$ 827,00. Se considerar o rendimento apenas dos trabalhadores informais, a diferença é ainda maior. Eles ganham em média R$ 827,00 e elas R$ 454,00, ou seja, 72,5% do salário dos homens.

A pesquisa revela também que os piauienses trabalham em média 53 horas semanais, divididas entre afazeres principais e domésticos. Aqui, novamente, as mulheres saem em desvantagem. Elas trabalham 52,3 horas semanais e eles 48,7. Embora trabalhem cerca de 10 horas a menos fora de casa, as mulheres dedicam 14 horas a mais em afazeres domésticos.

A diferença entre homens e mulheres em relação ao trabalho em casa existe desde a adolescência, quando meninas de 10 a 15 anos dedicam em média 13,5 horas semanais aos afazeres domésticos, enquanto os homens na mesma idade usam 7,7 horas semanais.

Outros dados

Os indicadores apontam alguns avanços na área da educação, onde a taxa bruta de frequência escolar, 32,3% supera a média da região (30,4%) e a média nacional (27,9%). Por outro lado, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade sem instrução e menos de 1 ano de estudo é a 4ª pior do Brasil, com percentual de 23,8%.

A taxa de mortalidade infantil em 2013 de 21,1 por mil nascidos vivos, foi a terceira maior na Região Nordeste e a quinta no ranking nacional, ganhando apenas do Acre, Amapá, Alagoas e do Maranhão.

Fonte: O Dia