A primeira edição do Salão do Livro de Parnaíba – SALIPA ocorreu no período de 11 a 13 de agosto de 2009, dentro das festividades comemorativas dos 165 anos de elevação da Vila de São João da Parnaíba à dignidade de cidade.

     O SALIPA foi inspirado no Salão do Livro do Piauí – SALIPI, concebido e coordenado por abnegados professores e intelectuais,  com quinze edições realizadas (2003/2017).

     A exemplo do SALIPI, o SALIPA tem se constituído num espaço aberto  às mais diversas manifestações culturais: literatura, história, fotografia, música, teatro, artes plásticas, dança, feira de livros.

 

     Patrocinado pela Prefeitura Municipal de Parnaíba em parceria com a Fundação Quixote  e apoio do governo estadual, o SALIPA deixou lamentavelmente de ser realizado a partir de 2016. Daí em diante “tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes” e a cidade não recebe mais  a visita e as lições de expoentes da cultura brasileira como Moacir Scliar, Ana Miranda, Márcia Tiburi, Ignácio de Loiola Brandão, Zuenir Ventura,  Marina Colassanti, Fabrício Carpinejar, Alice Ruiz, Cristóvão Tezza, Gabriel o Pensador, Afonso Romano de Sant’Anna.

     Dentre os piauienses que se apresentaram no SALIPA lembro os historiadores Fonseca Neto e Manuel Domingos Neto; os poetas e escritores Cineas Santos, Luís Romero, Salgado Maranhão, Danilo Melo, Assis Brasil, Elmar Carvalho,  Antônio de Pádua Ribeiro dos Santos, Israel Correia, Maria do Amparo Coelho dos Santos, e os artistas Teófilo Lima, Soraya Castelo Branco, Gregório Neto, João Cláudio  Moreno, dentre outros.

     O SALIPA sempre alcançou um grande público, formado principalmente por escritores, artistas,  estudantes e professores.

     Realizadas no Espaço Cultural Porto das Barcas, com palestras no auditório da Associação Comercial  de Parnaíba constantemente lotado, as seis edições do SALIPA foram bem sucedidas e deixaram imensas saudades.

     Eis uma síntese de cada evento:

–  1º SALIPA

    * ANO OVÍDIO SARAIVA

    * Mensagem: “Quando as letras falam mais alto”.

    * Data: 11 a 13-08-2009

 

– 2º SALIPA

    * ANO HUMBERTO DE CAMPOS

    * Mensagem: “Ler é descortinar infinitos horizontes”.

    * Data: 19 a 21.08.2010

 

– 3º SALIPA

    * ANO RENATO CASTELO BRANCO

    * Mensagem: “Ler é tudo de bom”.

    * Data: 01 a 04.09.2011

 

 – 4º SALIPA   

    * ANO EVANDRO LINS E SILVA

    Mensagem: “Eu tenho o vício da defesa da liberdade”.

·      Data: 07 a 10. 11.2012

 

– 5º SALIPA

    * ANO ASSIS BRASIL

    * Mensagem: “Ler é viajar no tempo”.

    * Data: 12 a 15.11.2014

 

– 6º SALIPA

    * ANO LEONARDO CASTELO BRANCO

    * Mensagem: “Cultura seduz e liberta”.

    * Data: 11 a 14.11.2015.

 

     Os organizadores do evento primavam pelo rigor na escolha dos participantes. Se a peneira não era infalível, pelo menos continha  poucos buracos.  A responsabilidade seletiva se estendia à escolha do homenageado em cada ano.

     Para evitar a pressão de cabotinos interessados apenas na promoção pessoal ou familiar, adotou-se inicialmente um critério capaz de neutralizar nefastas contaminações: o homenageado seria sempre pessoa falecida, preferencialmente parnaibana. A regra só foi quebrada no ano de 2014, quando com inteira justiça se homenageou um dos maiores escritores vivos do país: Francisco de Assis Almeida Brasil.

     Efetivamente, os seis homenageados nas edições do SALIPA são escritores renomados e respeitados no Brasil inteiro:

·      Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva: nascido na Vila de São João da Parnaíba, foi fundador da literatura piauiense com o livro POEMAS, editado em `Portugal em 1808, obra enquadrada na estética neoclássica ou árcade e que se caracteriza pela presença da cultura greco-latina, por fartas alusões a figuras da mitologia e pelo culto da poesia pastoril ou bucólica.

·      Humberto de Campos Veras: consagrado escritor brasileiro, nascido em Miritiba-Ma, tendo passado a infância em Parnaíba, que lhe inspirou as famosas páginas dos livros MEMÓRIAS e MEMÓRIAS INACABADAS. Membro da Academia Brasileira de Letras.

·       Renato Pires Castelo Branco: escritor e publicitário nascido em Parnaíba-Pi.  Romancista, ensaísta, memorialista e poeta. Pesquisador que se aprofunda  na análise dos fatos, Renato Castelo Branco é autor do ensaio histórico-cultural A QUÍMICA DAS RAÇAS , do estudo histórico-social do Piauí denominado A CIVILIZAÇÃO DO COURO e dos  romances que compõem a “Trilogia do Meio-Norte”: RIO DA LIBERDADE, SENHORES E ESCRAVOS e A CONQUISTA DOS SERTÕES DE DENTRO, que se fundamentam em acontecimentos localizados no Vale do Parnaíba, isto é, as guerras da independência, a Balaiada e a conquista do Vale pelos bandeirantes paulistas e vaqueiros baianos.

 

     *  Evandro Lins e Silva: parnaibano nascido na Ilha Grande de

         Santa Isabel. Jurista e escritor que ocupou elevados postos

         no país: Procurador-Geral da República, Ministro das        

        Relações Exteriores, Ministro Chefe da Casa Civil e Ministro

        Do Supremo Tribunal Federal. Destacou-se sobretudo como

        advogado criminalista e como defensor da liberdade. Autor

        dos livros A DEFESA TEM A PALAVRA, ARCA DE GUARDADOS

         e O SALÃO DOS PASSOS PERDIDOS. Membro da Academia

         Brasileira de Letras.

  

    *   Francisco de Assis Almeida Brasil: Natural de Parnaíba-Pi.

         Publicou mais de cento e cinquenta livros em diferentes

         gêneros: romance, conto, crítica literária, ensaio, didático,

         etc. Ganhou duas vezes o Prêmio Nacional Walmap de

         de Literatura  com os romances BEIRA RIO BEIRA VIDA e OS

         QUE BEBEM COMO OS CÃES. Autor da “Tetralogia Piauiense”,  que compreende os romances BEIRA RIO BEIRA

        VIDA, A FILHA DO MEIO-QUILO, O SALTO DO CAVALO

        COBRIDOR e PACAMÃO,  todos ambientados na Parnaíba do

       segundo quartel de século XX.

 

·      Leonardo de Nossa Senhora das Dores Castelo Branco:

nasceu em 1788 e faleceu em 1873. Revolucionário, poeta, 

prosador e mecânico. Teve importante participação na história de nossa independência. Sua obra mais famosa é A CRIAÇÃO UNIVERSAL, com mais de quatro mil versos brancos ou soltos.

 

Nos seis anos de realização do SALIPA, os parnaibanos vivenciamos dias inesquecíveis de pleno envolvimento com atividades culturais.