Na coluna desta semana, a especialista em concursos  Lia Salgado* tira dúvidas dos internautas sobre técnicas de estudo.

A especialista fala se vale a pena usar conteúdo de nível superior para concursos de nível médio e também dicas para candidatos que trabalham e estudam.

Mande dúvidas sobre concursos no espaço para comentários; perguntas selecionadas serão respondidas em coluna quinzenal

“Em concursos de nível médio, onde são cobradas apenas noções de cada área, qual é a melhor forma de fazer um estudo apropriado?”, pergunta o internauta Matheus Almeida.

Segundo Lia, os candidatos podem usar três referências para saber o que e como estudar. A primeira é o próprio edital, que define os tópicos que fazem parte do conteúdo programático. “Isso já limita um pouco o conteúdo da disciplina.”

O segundo ponto de controle, de acordo com a especialista, é o curso preparatório. O professor tem conhecimento do que é cobrado em um concurso de nível médio, que é diferente de um concurso de nível superior. Os professores também vão saber a diferença entre dois concursos do mesmo nível de escolaridade, mas que tenham profundidades diferentes.

A última referência são as provas anteriores daquele concurso ou de similares. “Isso vai fazer com que você perceba quais são os aspectos mais cobrados e como eles são cobrados. Isso vai fazer que você tenha segurança se o que você estudo é suficiente ou se precisa aprofundar mais”, completa Lia.

Trabalho e estudo
O internauta Jairo já fez vários concursos e considera que possui uma base teórica razoável, mas ele só pode estudar no período noturno. “É recomendável estudar em casa seguindo um planejamento ou faço outro curso preparatório?”, questiona.

“No seu caso, não vejo necessidade de fazer outro curso preparatório. O importante é sedimentar e aprofundar as informações. O estudo em casa ou na biblioteca, seguindo um plano bem orientado vai proporcionar um salto de qualidade no seu conhecimento, sem tanta despesa nem gasto de tempo”, diz a especialista.

Entretanto, se o internauta estiver com muita dificuldade em alguma disciplina ou se for necessário incluir alguma nova, ele poderá fazer um módulo específico.

Outra possibiliadde é participar de uma turma de exercícios ou simulados, que teria um nível de estudo avançado. “Nesse caso, pode valer a pena e será produtivo”, ressalta Lia.

Ministério da Fazenda
“Vou fazer o concurso da Ministério da Fazenda para o cargo de assistente técnico administrativo, de nível médio, e gostaria de saber se é vantagem resolver questões de nível superior ou ficar só nas de nível médio mesmo?”, pergunta a internauta Evelise Santana.

“Não vejo vantagem em resolver provas de outro nível de escolaridade, porque as provas de nível superior podem ter conteúdo maior do que a prova que você vai realmente fazer. Às vezes o mesmo assunto é cobrado de uma forma mais profunda, mais abrangente no concurso de nível superior “, diz a especialista.

Nesse caso, seria mais produtivo resolver questões de provas anteriores da mesma banca organizadora e do mesmo nível de escolaridade.

Lia lembra que as disciplinas cobradas nesse concurso (português, raciocínio lógico, informática, direito constitucional e administrativo, arquivologia e gestão pública) também fazem parte do conteúdo programático de outras seleções na área administrativa. “De qualquer forma, fique atenta também a outras oportunidades da área administrativa”, reitera.

*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”