Senador Wellington Dias reúne parlamentares e ministro em Brasília

Uma comissão de deputados estaduais viaja a Brasília nesta terça-feira, dia 8, para uma audiência com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), na qual será discutida a dificuldade que o governo do Piauí tem de estender o reajuste de 22,22% para todas as categorias do magistério.

Durante o encontro com o ministro, os parlamentares vão solicitar recursos extras da ordem de R$ 40 milhões para custear a folha de pagamento da Secretaria de Educação.

Na reunião, que foi articulada pelo senador Wellington Dias (PT), os deputados piauienses apresentarão à equipe técnica do MEC um estudo que justifica o pedido.

Na sessão ordinária desta segunda-feira na Assembleia Legislativa, o deputado Fábio Novo (PT), um dos que vai a Brasília, apresentou alguns dados que, segundo ele, comprovam o aperto fiscal a que o Estado será submetido quando o reajuste de 22,22% começar a ser pago para todos os professores.

Fábio explicou que o Piauí mais contribui com a formação do Fundeb do que recebe recursos oriundos dele – o mesmo argumento utilizado pelo governo para justificar a impossibilidade de atender na totalidade as reivindicações dos grevistas.

O deputado também explicou que, embora nos últimos anos tenha aumentado a verba transferida pelo governo federal para cada aluno piauiense, o número de matrículas na rede estadual de ensino tem caído ano a ano, o que, na prática, tornou insignificante o incremento na receita advinda do Fundo de Educação Básica. “O Estado do Piauí colocou no Fundeb R$ 800 milhões. No entanto, só recebeu de volta R$ 400 milhões. Os professores merecem ganhar um salário melhor, mas nós vivemos uma situação em que o incremento de recursos não é suficiente. Apesar de termos o valor per capita aluno aumentado, existe outro fator a ser considerado, que é a redução de 50 mil matrículas entre 2007 a 2011”, expôs Fábio, acrescentando que em 2007 foram matriculados 343 mil alunos na rede estadual, enquanto em 2011 esse número baixou para 293 mil.

Na última reunião com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí, realizada sábado, o governador Wilson Martins aceitou ampliar para todas as categorias o reajuste de 22,22%, estabelecido pelo Ministério da Educação desde fevereiro. Contudo, a concessão seria feita de forma escalonada, atingindo o percentual almejado apenas em outubro. Essas condições foram consideradas um avanço pela diretoria do Sinte-PI, contudo, acabaram rejeitadas pelos grevistas em assembleia geral realizada nesta segunda-feira.

Para Cícero Magalhães, Wilson pecou ao adiar negociação

O deputado Cícero Magalhães (PT) acredita que o imbróglio da educação deveria ter sido solucionado desde a semana em que o projeto de reajuste do governo foi enviado para apreciação no Poder Legislativo.

Para o petista, o maior “pecado” do governador Wilson Martins foi não ter negociado com a categoria desde o início do movimento de paralisação, que completa sua décima semana.

Outro erro do governo, na opinião do deputado, foi determinar o fim da regência, a gratificação paga aos professores que atuam em sala de aula.

Segundo Cícero Magalhães, se a proposta apresentada por Wilson no último sábado tivesse sido feita desde o início da greve, o governo teria se poupado do imenso desgaste que sofre agora.

“Ninguém gosta de fazer greve. Greve não se faz por prazer. Greve se faz obrigado. É desgastante não só para os professores mas também para os alunos. Esses professores estão revoltados e com razão. Na marra a população não aceita mais”, vociferou o parlamentar.

Com informações do Portal O DIA