A disputa em 2014 pela única cadeira do senado para o Piauí está equilibrada, pelo menos é o que apontam pesquisas internas contratadas por vários partidos. O governador Wilson Martins (PSB), que cobiça a vaga, e o senador João Vicente (PTB), que quer agora ser reeleito, aparecem embolados até agora na preferência.

Embora falte ainda muito chão até o dia das eleições, o certo é que o cenário em curto prazo vem apontando perda de fôlego político e administrativo do governo Martins, isto devido a proximidade de deixar a caneta – faltam pouco mais de quatro meses – somada a expectativa de poder que passa a ser ocupada cada vez mais pelo vice-governador, Zé Filho.

Enquanto isso, o senador João Vicente que vinha cambaleando em seu mandato e indeciso quanto a permanecer na política e assim tentar manter-se na cadeira de senador, vê suas chances crescerem após colar no senador Wellington Dias (PT), acompanhando-o em numa série de viagens aos municípios.

Wilson anda meio acabrunhado após não vingar o desejo de unir na mesma chapa Sílvio Mendes (PSDB), candidato a governador, e Zé Filho (PMDB) como vice. O PMDB já afirmou que esta chance é zero, pois Zé Filho, a partir do momento que colocar a mão na caneta será candidato a governador.

Para complicar a situação de Wilson, o governo em três anos de mandato nunca divulgou junto à opinião pública qualquer pesquisa que mostre aprovação de sua administração. Tudo indica que o governador está sempre esperando um bom momento, ou seja, que os números sejam mais favoráveis. Só que o tempo tá ficando curto para conseguir e fazer isto. Seu governo termina no dia 31 de março de 2014, caso ele resolva disputar a cadeira no senado.

Será que Wilson está esperando inaugurar o Rodoanel de Teresina? A ampliação da ponte JK, na Frei Serafim? A repercussão da redução das taxas do Detran? Das elevações de níveis e do aumento do piso do magistério? Das negociações salariais com várias categorias dos servidores públicos? Dos resultados da força tarefa criada para agilizar procedimentos cirúrgicos nas maiores cidades do Piauí?

O certo é que Wilson começa a amargar o desgaste que acometeu a presidenta Dilma Rousseff após as manifestações de junho passado. Dilma tirou da cartola o Mais Médicos e corrigiu alguns rumos políticos, o que aos poucos vem ajudando em sua recuperação nas pesquisas.

Wilson, na verdade, mesmo mantendo uma administração que procura controlar e planejar seus gastos, é bastante centralizador. Mantém-se cercado por assessores de visão atrasada do ponto de vista político e de desempenho ruim e o pior, desgastados junto à opinião pública.

O governo, só aparece quando Wilson Martins tem iniciativa. É como se o governador andasse a 100 Km/h e a maioria dos seus principais auxiliares a 40 km/h. Aliás, isto já foi até mesmo admitido pelo próprio governador.

O marketing feito do governo além de caro não tem identificação popular, sem a cara dos piauienses. Privilegia uma lógica antiga, elitista, carregada excessivamente de estética e despossuída de enraizamento na sociedade civil organizada.

Enquanto isso, JVC vai caminhando na mesma lógica que o fez senador em 2006. Cola no PT, em Dilma e mais na frente no ex-presidente Lula. Para Martins, a incerta candidatura de Eduardo Campos (PSB) aparece no horizonte, aliás, esta continua ameaçada por Marina Silva, que aparece bem mais colocada nas pesquisas de opinião pública.

Fonte: Acesse Piauí