IPHAN – PI – não está atrapalhando ninguém
Artigo de Severino Souza Neto
Independentemente do que faz supor o secretário de Turismo do estado do Piauí e parte da imprensa piauiense, o Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) não está tentando criar problemas para o grupo hoteleiro que pretende se instalar no litoral piauiense.
A entidade está apenas querendo fazer cumprir as leis que regem o patrimônio histórico nacional.
O povo brasileiro, por falta de cultura e por desconhecer a importância desse instituto para preservação da história do país, trata com indiferença um assunto que não diz respeito apenas a uma só comunidade brasileira, mas a todo um país.
Quando o IPHAN depois de um estudo profundo, demorado e criterioso, começa o processo de tombamento de uma área, para integrá-la ao patrimônio histórico nacional, essa área deixa de pertencer a um município ou estado, mas ao patrimônio da nação brasileira.
Em qualquer país do mundo, sobretudo na Europa, essa questão é levada muito a sério, por se tratar de uma fonte de riqueza inesgotável, que as nações preservam como resguardo da história, mas também, como uma atração turística, capaz de atrair muitos dividendos através do turismo.
A instalação de um hotel no município de Parnaíba, mesmo que represente um bom investimento para o estado do Piauí, não pode ser executado a qualquer preço, com os investidores pretendendo se instalar de qualquer maneira, não respeitando as leis, a história e o patrimônio de um povo.
A construção desse hotel da forma como pretendem os donos desse negócio e os seus representantes, no caso o secretário de Turismo e parte da imprensa, que por ignorância e interesses inconfessáveis o defendem de maneira intransigente, além de afetar o patrimônio histórico nacional, vai acabar com a pequena rede hoteleira do município de Parnaíba já instalada. Que pode muito bem atender ao turista, desde é claro, que o BNDES e o BNB abram uma linha de crédito para os nativos, o que certamente já está sendo negociado com os estrangeiros.
Existem muitos negócios no Brasil, que os supostos investidores não entram com um centavo de dólar sequer, usam apenas recursos do governo brasileiro.
Em Tempo:
Durante a entrevista ao programa Agora, um telespectador ligou querendo saber onde tinha nascido a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Piauí, a arquiteta Claudiana Cruz dos Anjos, que respondeu dizendo que era maranhense. O apresentador do programa Silas Freire, atribuiu o fato de a superintendente ser maranhense para não querer o investimento no estado do Piauí. Ela educadamente, não tomou conhecimento do comentário preconceituoso. A propósito: a superintendete do IPHAN no Maranhão, Kátia Bogéa nasceu no estado de Sergipe e há mais dez anos dirige esse órgão no Maranhão e nunca teve a sua competência questionada.