Diferentemente de outras épocas, o futebol brasileiro sofreu pouco nas últimas janelas de transferência. Além de conseguir segurar seus principais atletas, também repatriou importantes nomes. Isso é fruto do crescimento econômico do Brasil e, principalmente, da crise de alguns países europeus. O reflexo desse “fenômeno” pode ser visto nas convocações da Seleção Brasileira.

Cada vez mais, Mano Menezes tem convocado jogadores que atuam no futebol nacional. O auge disso foi na mais recente lista, para o amistoso de segunda-feira, contra Gana, no estádio Craven Cottage, em Londres. Em um grupo de 22 jogadores são 12 atuantes na Europa e dez no Brasil. Algo que parecia utópico até a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Em sua primeira convocação, para o jogo com os Estados Unidos, em Nova Jérsei, Mano Menezes já tinha convocado dez “brasileiros”, mas em um universo de 24 atletas. Para o duelo com Gana, o técnico convocou o mesmo número de jogadores, mas por conta dos cortes de Adriano e Robinho (ambos por lesão), a “invasão” dos craques nacionais ficou proporcionalmente maior.

– Com o Brasil valorizado, os clubes estão conseguindo segurar mais os seus jogadores. O Neymar, o Ganso e o próprio Dedé acabaram ficando. O futebol brasileiro cresceu muito – analisou Leandro Damião. O atacante do Internacional, por sinal, recebeu sondagens dos ingleses do Tottenham e dos portugueses do Porto. Mas nenhuma das duas conversas avançou a ponto de ele sair.

Um dado curioso que reforça o aquecimento do mercado brasileiro no futebol é que o país foi o que mais repatriou jogadores na última temporada europeia (2010/2011). Jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Luís Fabiano, entre outros, foram contratados por grandes clubes brasileiros recentemente. Algo que antigamente poderia parecer impossível de ser concretizada. Era apenas sonho.

Está certo que muitos retornaram para encerrar a carreira ou por conta da crise no Velho Continente, mas o fato de conseguir segurar seus principais craques também já dá reflexo no time titular da Seleção Brasileira. Para o jogo com Gana, na próxima segunda-feira, em Londres, o setor ofensivo do time de Mano Menezes é todo “brasileiro”: Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Leandro Damião.

A hegemonia “europeia”, porém, continua na defesa, com Julio César, Lúcio, Thiago Silva e Marcelo, e na contenção, com Lucas Leiva e Fernandinho. O que o Brasil precisa reencontrar é o caminho das vitórias, porque a pressão é grande depois da vexatória eliminação nas quartas de final da Copa América e da derrota para a Alemanha. Em 13 jogos são seis vitórias, quatro empates e três derrotas.

Fonte: globoesporte.com