No último dia 13 de Junho o parnaibano Benedito de Lima e Silva Filho lançou no auditório da OAB de Parnaíba o livro “Degradância Decodificada e o papel do Estado na sua Gênese”. Trata-se de obra inédita, “que amálgama o científico e o humano em um só tomo”, na qual o autor “apresenta um modelo de auxílio à identificação de trabalho degradante baseado na lógica fuzzy”.
Em qualquer livro jurídico tradicional seria inimaginável constar conceitos como o de lógica difusa, ergonomia, lógica fuzzy, dendogramas. Da mesma forma que um livro de estrutura lógica e computacional dificilmente conteria conceitos de Direito, sobretudo, relacionados às legislações trabalhista, penal e constitucional.
Mas, quem disse que matemática e Direito não têm relação? Se o Direito, como ciência, estuda as relações intersubjetivas, a fim de possibilitar a convivência social, para Descartes o saber humano só é real se matematizado.
Ao defender o caráter matemático do saber humano, René Descartes afirmou que a base do conhecimento científico reside no papel empregado pelo método.
E hoje, com o avanço do estudo da lógica e seus fundamentos, mais se justifica o emprego da matemática no auxílio a outras ciências, inclusive o Direito.
Assim é que Benedito Lima, auditor fiscal do Ministério do Trabalho, conferiu tratamento matemático ao tema central de seu livro “sem, nada obstante, descurar-se dos aspectos humanitários e constitucional”, tudo com o objetivo de contribuir para a criação e desenvolvimento de uma estrutura lógica e computacional que auxilie na identificação de trabalho degradante.
Resulta, pois, o livro de uma necessidade extraída do trabalho, destinando-se ao próprio trabalho. É mais que uma pesquisa; é a revelação de um método inovador que, se posto em prática, representará um marco, ou seja, o início de um estudo científico complementar, e ao mesmo tempo indispensável, sobre uma realidade material empírica.
O autor foi um dos vencedores do concurso de monografias “A Justiça do Século XXI”, da Décima Edição do Prêmio Innovare, com o mesmo tema (um resumo) do livro recém-lançado, o que implica no reconhecimento, a nível nacional, de que o método inovador por ele apresentado constitui-se numa das “práticas eficientes, com potencial de garantir direitos e de solucionar problemas que aumentem a qualidade da prestação jurisdicional e contribuam para a modernização do sistema de Justiça no Brasil”.
Há, pois, de se ressaltar o ineditismo da obra, a qual, além de contribuir sobremaneira no trabalho de órgãos públicos especializados na matéria, servirá de subsídio para a implantação de políticas públicas e melhor relacionamento entre empregados e empregadores, daí recomendar-se a sua leitura.