O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira, em entrevista exclusiva para a repórter Samantha Cavalca ao vivo no Agora da Rede Meio Norte na tarde desta quarta-feira (02), falou sobre a Operação da Polícia Federal em seu gabinete em Brasília na semana passada. Ciro Nogueira estava em visita oficial no exterior e falou  pela primeira vez depois que retornou ao país.

ciro entrevista

O senador afirma que teve a iniciativa de procurar a PF para prestar esclarecimentos. “Eu estava em missão oficial quando ocorreu essa Operação da Polícia Federal, e quis de antes de me manifestar, inclusive em respeito a própria Polícia Federal e ao Ministério Público, procurar depor o mais rápido possível. Eu pedi para os meus advogados, foi agendado na própria segunda-feira (30). Eu cheguei no final de semana e estava em viagem oficial, porque sou presidente da União Inter Parlamentar, e procurei para que pudesse ter acesso aos dados, prestar esclarecimentos devidos e ver o que realmente motivou essa operação”, contou.

De acordo com o senador, houve excesso por parte da polícia. “Nós estamos vivendo um momento nunca visto em nossa história. Antes a gente não tinha investigação, não via denuncia nenhuma contra ninguém. Hoje nós temos o inverso: nós temos o excesso de algumas situações.  Eu prefiro até pecar por excesso. Eu acho que nós estamos num momento em que precisamos prestar conta, esclarecer”, disse.

Ciro Nogueira se diz injustiçado.  “Por mais que eu me sinta injustiçado, eu prefiro que haja esse tipo se situação do que como era no passado quando não tinha. Então eu acho que é melhor o excesso de democracia do que a falta de democracia. É melhor o acesso de investigação do que a falta de investigação. Infelizmente, eu fui vítima de um excesso. Ao depor na PF e eu pedi ao delegado, estamos entrando também com o ministro Fachin  que torne público essa ação para que as pessoas saibam que não existe uma sombra de dúvida, não existe uma vírgula de que possa ter participação do senador Ciro ou de  qualquer pessoa ligada a ele comentendo algum crime nessa Operação, e isso ficará bem claro quando sair o resultado desse inquérito por acaso se alguém for denunciado, vocês vão ver que o senador Ciro Nogueira está ileso e vai passar totalmente e sem o menor tipo de culpa nesse caso que me criou um grande constrangimento”, revelou.

“Ao depor na Polícia Federal tive a certeza de que não temos nada, nada a temer e nem a dever nessa situação”, reforçou.

Questionado se algum grupo político contrário pode ter envolvimento com a motivação da ação em seu gabinete, Ciro  diz que não descarta tal possibilidade, considerando que hoje assume posição de destaque nacional que, segundo ele, não agrada a todos.

“Nós temos que respeitar as instituições, seja o Ministério Público ou a Polícia Federal e acreditar. Se eu disser para você que a posição que eu ocupo hoje em Brasília ela não é para um senador do Piauí, do Nordeste. A posição que eu assumo hoje em Brasília e que eu represento para o país, é mais para senador de São Paulo, Minas e no máximo Rio de Janeiro, e  isso incomoda. Incomoda outras pessoas que não gostariam de pessoas do Nordeste, principalmente um estado como o Piauí que muitas vezes nossa autoestima é afetada por causa disso, não estaria. Incomoda muita gente que trabalha para que um senador do Piauí não tenha sucesso, que as cosias não possam acontecer no nosso Estado. Mas nós vamos enfrentar. Esse tipo de situação só nos dar força para trabalhar mais pelo Piauí, representar. Eu comando um grande partido, é o segundo maior do país e um partido que fez foi crescer, não só no Piauí, mas no Brasil. Nós vamos aumentar nosso trabalho, quem tem a ganhar é o Piauí e o Brasil”, garantiu.

Ciro também falou sobre a testemunha ouvida pela Polícia Federal e que seria seu ex-assessor. “Uma pessoa que trabalhava comigo ainda quando era deputado, e era um faz tudo no gabinete. Vocês vão ver quando tu ficar claro que é uma pessoa que eu tenho que respeitar. Eu não quero denegrir a imagem de ninguém. Eu acho que qualquer delator, o instrumento da delação  foi muito importante para o nosso país, muita coisa foi revelada e muita coisa ainda será revelada”, acredita.

E questiona: “Mas o que é o delator? Um criminoso que está delatando para fugir de uma pena, uma pessoa que cometeu um crime e que quer acusar alguma pessoa para ser absorvido para ter o benefício disso aí. Então nós temos que respeitar, confiar no trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal, principalmente da PF para que seja esclarecido. Mas também para que criminosos não fiquem impunes com mentiras, com invenções. Se você for ler o depoimento, que está em sigilo, é o mais absurdo possível, porque é nada com coisa nenhuma”.

O senador diz confiar no trabalho da Polícia Federal e na Justiça brasileira. “Nós temos que ter tranquilidade e no momento correto eu tenho certeza que os órgãos de investigação vão apresentar as denúncias de quem é inocente, e a Justiça vai poder julgar. E eu tenho convicção, ninguém vai chegar e pronunciar renunciar um mandado, como eu fiz, se tiver alguma vírgula, algum indício que comprometa meu passo. Então eu continuo minha trajetória de representar bem o Piauí, e vou continuar dessa forma cada vez mais com muito trabalho para o Piauí”, garantiu.

Segundo Ciro Nogueira, a Operação não irá arranhar seu trabalho junto ao Piauí. “Não, isso não vai acontecer. O que eu recebi de ligação de lideranças e principalmente da população, principal beneficiada com isso. Nós nunca tivemos em nosso estado nenhum homem público que levou tantos recursos na nossa historia e que beneficiou a vida de tantas pessoas nas mais variadas áreas, seja na Saúde, Saneamento Básico, Mobilidade. As pessoas estão chegando, em Teresina o que foi beneficiado pelo nosso trabalho. Como eu falei, isso não agrada muita gente. Aliás, gente do próprio estado que não trabalha e que passa 24h do dia tentando evitar que as coisas aconteçam, tentando atrapalhar nosso trabalho, tentando atrapalhar Firmino Filho, o governador Wellington Dias”, afirmou.

O senador ressalta que tem trabalhado para garantir recursos para os 224 municípios piauienses. “Eu tenho procurado de todas as formas, independente dos partidos, beneficiar todos os 224 municípios do Piauí. A prefeitura da capital nunca recebeu tantos recursos, e tenho certeza de que sou o principal parceiro do governador Wellington Dias e para que ele consiga manter as contas em dias. Não é fácil. O Piauí hoje é um oásis. Poucos estados da Federação hoje estão com suas contas em dias, e com muita dificuldades acompanho o trabalho do governador. E enquanto a gente tenta remar a favor, tem tanta gente tentando atrapalhar. Isso não vai diminuir o nosso trabalho. Nós vamos estar a cada dia mais fortalecidos. A forma como nós reagimos, o apoio que recebemos nos dar ainda mais força para trabalhar conscientes de que estamos no caminho certo”, revelou.

Fonte: Meio Norte