Deputada Iracema Portella (PP-PI) e o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ). (Foto: Divulgação Ascom)

A deputada federal Iracema Portella (PP-PI), participou nesta quarta-feira (28), da audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, onde foi discutido sobre pedofilia e a pornografia infantil na Internet.

Convidado pela CPI, o diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google no Brasil, Marcel Leonardi, admitiu que “não há como fazer um bloqueio prévio antes que uma página seja disponibilizada na web”. Como exemplo, ele informou que o Youtube recebe, por minuto, 72 horas de vídeo. “Uma empresa de comunicação grande como a Rede Globo produz por dia 16 horas de vídeo”, comparou.

Marcel Leonard afirmou que, em relação aos filtros para pesquisa no Google, não é possível simplesmente banir termos porque isso impediria que a população fizesse pesquisa sobre temas polêmicos, como a pornografia infantil, por exemplo.

Quanto aos anúncios ilícitos, Leonardi disse que o Google retira o anunciante para sempre de suas contas no Brasil. Uma solução que ele aponta seria acrescentar ao Código de Defesa do Consumidor a previsão de que os pagamentos feitos a partir do Brasil sejam bloqueados para sites de conteúdo ilícito, estejam eles hospedados onde estiverem. “Sem dinheiro, os sites vão fechar”, ressaltou.

Um banco de dados com imagens ilegais (pornografia, entre outras) também pode ser criado para que essas fotos e vídeos não possam ser postadas na internet em um outro momento, disse o diretor do Google.

Na avaliação da presidente da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF), “é preciso haver colaboração entre os poderes e a sociedade para que a exploração sexual por meio da internet possa diminuir no Brasil.” Para ela, é lamentável que a exploração de crianças esteja sendo realizada pela web.

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) lembrou que “a pedofilia é a doença: o crime é a exploração sexual das crianças e dos adolescentes.”

A deputada Iracema Portella sabe que a tecnologia veio para ficar e que a rede mundial de computadores foi um dos maiores avanços da atualidade, ajudando a estreitar laços e a democratizar a comunicação. Mas, a parlamentar piauiense sabe também que, por meio da Internet, atuam diversas redes de exploração sexual de crianças e adolescentes. “Muito se avançou no sentido de inibir essas práticas. E as próprias empresas, como o Google e o Facebook, hoje têm a consciência de que é preciso avançar ainda mais no combate aos crimes cibernéticos, criando ferramentas de autocontrole, o que é fundamental”, finalizou.

Fonte: Ascom