Preso há uma semana como suspeito de um assalto no município de Cocal, Willian da Silva Alves deixou nessa terça-feira (24/01) a Penitenciária Mista Fontes Ibiapina, em Parnaíba, após seus advogados de defesa obterem sua liberdade provisória na segunda-feira (23/01).

O jovem de 19 anos foi capturado em uma praça da Cocal momentos depois que um grupo assaltou um estabelecimento comercial da cidade. Ele foi reconhecido pela vítima como um dos autores do crime e teve a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia.

Após a prisão, os advogados de defesa solicitaram a liberdade provisória de Willian da Silva após apresentar documentos e um vídeo comprovando que o jovem não estava no local do assalto no momento da ocorrência e que, portanto, era inocente.

Apesar do representante do Ministério Pública se manifestar pela manutenção da prisão preventiva, o juiz Manfredo Braga Filho, da Vara Única da Comarca de Cocal, entendeu que as provas apresentadas pela defesa colocavam em dúvida a autoria do crime.

“O fundamento do decreto prisional deixou de existir, eis que a dúvida sobre a autoria merece ser considerada em favor do requerente. Não há que se falar em garantia da ordem pública ou da aplicação da lei penal quando a autoria não resta demonstrada acima de qualquer suspeita”, destacou o magistrado em sua sentença.

Antes de conseguir a liberdade de Willian da Silva, os advogados de defesa também haviam protocolado um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Piauí, mas o relaxamento da pena veio antes na Comarca de Cocal.

“Graças ao esforço da população, que cedeu imagens de câmeras de comércio, de casas e conseguimos juntar imagens que provam que realmente não era ele. Esse rapaz só tinha o apoio dos advogados dele e da população”, afirmou o advogado Bruno Portela.

Na última sexta-feira (20), familiares e amigos de Willian da Silva chegaram a realizar uma manifestação na cidade de Buriti dos Lopes em defesa da sua inocência. Na ocasião, a mãe do jovem negro, Maria José da Silva Alves, disse o filho foi vítima de racismo ao confundido com os reais autores do crime.

 

Fonte: Cidade Verde