Grave acidente termina em morte na entrada do Aeroporto de Parnaíba (Foto: Portal Costa Norte)

Dados do primeiro semestre apontam que o Nordeste é líder no número de indenizações pagas pelo seguro DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), com 30% do total. É a primeira vez que a região assume o posto desde que o balanço passou a ser divulgado a cada seis meses, em 2010. A contagem anual, iniciada em 2005, sempre foi encabeçada pela Região Sul.

De janeiro a junho deste ano, o seguro obrigatório para acidentes de trânsito foi solicitado 64.890 vezes no Nordeste, número 50% maior que o registrado no mesmo período do ano passado e superior ao total de 2010 nesses estados. No Sul, foram pagas 60.323 indenizações no semestre. No Sudeste, 53.607, de acordo com os dados da Seguradora Líder, responsável pelo DPVAT.

O seguro DPVAT cobre casos de morte, invalidez permanente ou despesas com assistência médica e suplementares (DAMS) por lesões de menor gravidade causadas por acidentes de trânsito em todo o país. O recolhimento é anual e obrigatório para todos os proprietários de veículos.

Na hipótese de repetir esse número no segundo semestre, o Nordeste fecharia o ano com 129.780 indenizações, um aumento de 400% sobre 2005, quando foram registrados 25.513 pagamentos na região.

Em todo o país, as motos são o principal veículo envolvido nos acidentes computados pelo DPVAT, com 69% do total – apesar de, segundo o Denatran, esse tipo de veículo corresponder a 27% da frota nacional contra 60% de carros. No Nordeste, a tendência se repete: 65% dos pagamentos do seguro no semestre passado foram para acidentes com motos.

“Lá não tem mais ninguém andando de bicicleta, cavalo…é tudo motocicleta. E muitas vezes [as pessoas] não estão preparadas para dirigir”, diz Ricardo Xavier, diretor-presidente da Seguradora Líder. O crescimento dos casos no Nordeste coincide com a alta nas vendas de motos. Em 2011, a região foi a que mais comercializou motos no Brasil com 34,8% contra 34% do Sudeste, segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Os dados da seguradora focam nas vítimas: não há dados sobre as causas dos acidentes ou sobre de quem é a responsabilidade na maioria dos casos, se do motociclista ou de condutores de outros veículos eventualmente envolvidos.

De acordo com a Seguradora Líder, o número maior de indenizações para usuários de motos, mais expostos aos riscos de acidentes, faz o valor do DPVAT ser de R$ 279,27, ou seja, mais caro que o dos automóveis, que custa R$ 101,16.

Invalidez permanente

Além do total de indenizações, o Nordeste também liderou no número de pagamentos do seguro por casos de invalidez permanente, a mais comum no geral (66%) e a mais frequente para motos.

O Nordeste registrou 33% dessas ocorrências contra 25% do Sul e 23% do Sudeste, de janeiro a junho. A seguradora não possui estatísticas por estado nesses casos. Considerando o tipo de veículo, as motos corresponderam a 80% dos acidentes com invalidez na região.

No número de indenizações por morte, que foram 14% do total no 1º semestre, o Nordeste é o vice-líder, com 29% – não há discriminação por tipo de veículo. A região perde apenas para o Sudeste, com 36%. A Bahia teve o maior número de registros de óbitos na contagem do DPVAT, seguida por Ceará e Pernambuco.

Quem pode pedir o seguro

Vítimas e seus herdeiros (no caso de morte) têm um prazo de 3 anos após o acidente de trânsito para dar entrada no seguro. Xavier diz 60% dos pedidos ocorrem no primeiro ano. que o pagamento sai em cerca de 30 dias após a solicitação. A seguradora não tem dados de quantas vítimas de acidentes deixam de requerer o benefício. Informações de como receber o DPVAT podem ser obtidas pelo telefone 0800-022-1204.

Fonte: G1