Foto: Tacyane Machado

Na manhã de hoje (21/08), representantes do Plano de Saúde, Unimed Parnaíba, que há 25 anos prestam atendimentos na cidade, realizaram uma coletiva de imprensa, no auditório de sua sede, localizada na Avenida Governador Chagas Rodrigues, com o intuito de prestar esclarecimentos sobre seus serviços.

Estiveram presentes, o atual presidente da cooperativa, Dr. Fabrício Almeida, o vice presidente, Dr. Osmar Linhares e o superintendente, Dr. Adegildes Araújo.  De acordo com o presidente, quando assumiram os cargos na Unimed, não tinham noção dos problemas administrativos.
Ele seguiu dizendo que a Unimed Parnaíba tinha uma média de 4 mil usuários. Dois anos atrás, a Agência Nacional de Saúde exigiu que a empresa crescesse em termo de número de clientes, e isso foi tentado pela direção passada. Fabrício explicou que as tentativas foram feitas primeiramente no sentido de vender plano de saúde na cidade, o que não deu certo por conta do poder aquisitivo da população.

Depois disso, foi orientado que fossem vendidos planos de saúde fora do estado e isso foi feito através de associações. Ele explicou que essas associações eram grupos de pessoas, que faziam um plano coletivo com a Unimed Parnaíba. “Esses planos foram feitos, a Unimed de Parnaíba saiu de uma média de 4 mil usuários para 7500 usuários e esses planos corporativos começaram a dar sucessivos prejuízos à empresa, onde os gastos foram superiores à receita”.
O presidente disse que nesses planos existiam algumas cláusulas que protegiam a Unimed, mas essas cláusulas não foram cumpridas pelos planos. “Essas associações ficaram nos devendo, não vou citar valores, mas tratam-se de quantias significativas. Não pagaram a cláusula de sinistralidade”. A Cláusula de sinistralidade trata-se da possibilidade de rescisão contratual unilateral pela operadora, quando houver previsão contratual.

Fabrício disse que a atual gestão assim que assumiu tomou providências, entre elas, cancelar os planos corporativos já que todos os meses davam prejuízos para a empresa, onde na medida do tempo “esgotou as reservas” da operadora ao ponto da Unimed Parnaíba “ficar no vermelho”.

Um dos problemas enfrentados pela Unimed Parnaíba foi junto à Agência Nacional de Saúde (ANS), que protege os usuários de todas as formas. “Para conseguirmos cancelar esses planos nós tivemos que ter apoio jurídico. Não é tão fácil o procedimento mesmo dando prejuízos à empresa, mas no dia 1º de junho isso se tornou possível”.

Mesmo cancelados, a Unimed Parnaíba ainda possui despesas por conta desses planos corporativos, já que os usuários conseguem a prestação de serviço através da justiça por meio de liminar.

O atual presidente revelou que a Unimed Parnaíba não possuía auditoria na gestão anterior, e por isso, todo valor que era cobrado na prestação de serviços, era pago, o que descontrolava as finanças da operadora. “Na nossa gestão, criamos um sistema de auditoria, tanto de enfermagem como médica”.

“Tudo o que a nossa direção pode fazer no intuito de manter a Unimed Parnaíba como operadora de plano de saúde foi feito, mas nós temos um órgão regulador que é a ANS, que exigiu que fizéssemos a alienação ou de modo voluntário ou compulsório para proteger o usuário do plano de saúde”, afirmou o diretor.

Com essa alienação que provavelmente será feita, a rede de médicos, laboratórios e clinicas em Parnaíba continuará a mesma, mas sob gestão da Unimed Teresina. “A Unimed Parnaíba não existiria mais e funcionaria como se fosse uma filial da Unimed Teresina. Isso é uma tendência nacional e não é só com o município de Parnaíba”, explicou.

O gestor da Unimed Parnaíba explicou que a intenção da ANS é diminuir todos os pequenos planos de saúde para integrar grandes planos de saúde. Segundo ele, a Unimed Teresina também tem intenção de incorporar a Unimed Picos e Unimed Floriano.

Durante coletiva, o presidente esclareceu que não há dividas nem com a rede de médicos da cidade e nem cooperados do plano de saúde. “Hoje nosso problema se chama câmara de compensação, que vem a ser os usuários corporativos de outros estados onde não temos controle e as despesas continuam sendo paga por nós”.

A mesa diretora da Unimed Parnaíba informou que já existe um processo na justiça para que a operadora recebe o valor devido pelas associações, o que onera todas as despesas advindas dessa câmara de compensação.

O presidente da Unimed Parnaíba finalizou dizendo que existem falhas sim no atendimento na cidade por parte de alguns profissionais desinformados da situação, mas garantiu que os atendimentos estão devidamente segurados e que a migração da operadora para a Unimed Teresina não acarretará prejuízo aos clientes.