Seedorf comemora o gol que despertou o Bota no fim do primeiro tempo (Foto: Agif)

A noite começou atípica no Engenhão, com um Botafogo sonolento e dominado pelo Resende. Até Seedorf, quem diria, surpreendeu ao furar um chute. Mas foi só um lance isolado. O holandês não repetiu o hat-trick da última rodada, mas deu show: fez o gol que despertou o time, participou de outros dois gols – um sem querer, ao furar e fazer um corta-luz -, deu toques de peito e calcanhar e ajudou o time a virar o jogo sobre o Resende no segundo tempo. Márcio Azevedo, Sassá e Cidinho – aposta de Oswaldo para a vaga de Lodeiro, na seleção uruguaia – também marcaram na vitoria por 4 a 2. Marcel e Elias fizeram para a equipe do Sul Fluminense.

O Botafogo, que chegou a ser vaiado no primeiro tempo por um público de 2.512 pagantes (3.448 presentes e renda de R$ 64.710), mudou o panorama na etapa final. No intervalo, Oswaldo precisou agir e dar uma dura no time, segundo Cidinho falou: “Ali no vestiário, quando a gente sai perdendo no primeiro tempo, não pode sair na imprensa”. No fim, o Alvinegro foi aplaudido. O placar deixou o Botafogo com o melhor ataque do Campeonato Carioca, com 15 gols em seis jogos. Dois a mais que Vasco, que ainda entra em campo nesta rodada, e Flamengo.

O Botafogo chegou a 14 pontos e disparou na liderança do Grupo A. Com a vitória, o time vai embalado para o clássico contra o Flamengo, no domingo, 17 de favereiro, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão. Já o Resende, com seis pontos na Chave B, precisa torcer para o Fluminense perder o clássico contra o Vasco, neste sábado, para manter as mínimas chances matemáticas de se classificar. A equipe volta a campo no sábado, 16 de fevereiro, contra o Friburguense, no Estádio do Trabalhador.

Resende surpreende, domina, mas vacila no fim

Com muita movimentação, Cidinho tabelava com Seedorf e Vitinho e ainda aparecia à frente para finalizar. A estratégia ofensiva adotada por Oswaldo parecia que ia dar resultado. Parecia. O esquema acabou deixando espaços no meio de campo e favoreceu a tática do Resende. Com três zagueiros e muita marcação, o time do Sul Fluminense conseguiu impedir a troca de passes envolvente do adversário e apostou no contra-ataque para surpreender.

Foram cinco contragolpes perigosos, e dois terminaram em gols: o primeiro num chute de Marcel, no cantinho direito de Jefferson, aos 20; e o segundo dez minutos depois, na cobrança de pênalti de Elias, após Léo ser derrubado na área por Bolívar. Foi o primeiro gol do atacante, eleito o terceiro melhor de sua posição no Carioca 2012, neste estadual. Ainda antes dos gols, em outras três descidas em velocidade com Elias e Geovane Maranhão, o time teve um pênalti cometido por Jefferson e ignorado pelo árbitro, um chute defendido pelo camisa 1 e uma finalização que Bolívar salvou sem goleiro, quase sobre a linha do gol.

Mas quando a torcida do Botafogo já começava a vaiar, um lance acordou o time no fim do primeiro tempo. Aos 42, Vitinho deu um bolão para Seedorf, que se projetou na área, dominou rápido e bateu para fazer seu quarto gol no estadual. Foi a motivação que faltava para a etapa final.

Furada, caneta, passe de peito e assistência: o show de Seedorf

O Alvinegro voltou outro time para a segunda etapa. Não pela saída de Marcelo Mattos, que sentiu o tornozelo e deu lugar ao lateral Julio Cesar. Mas pela postura. Confiante, o time empatou logo aos dois minutos. E foi num lance para lá de anormal: Lucas cruzou na área, e Seedorf furou feio ao tentar concluir. Mas Márcio Azevedo salvou a pele do companheiro. Pegou a sobra, fintou o marcador e concluiu bonito, com a perna direita, para a rede.

E só deu Botafogo. Apesar da furada anterior, Seedorf orquestrava as jogadas ofensivas com muita categoria. Num toque de calcanhar para trás, deixou Vitinho na boa, mas seu chute raspou a trave. Aos 19, o holandês brigou pela bola com Marcelo, deu uma caneta no zagueiro e um bolão para Cidinho na área. O meia-atacante cortou para o lado errado, mas conseguiu girar sobre o marcador e abrir espaço para finalizar. O goleiro Mauro, que antes já havia salvado um chute de Bruno Mendes, nada pôde fazer. Era a virada: 3 a 2.

O show de Seedorf continuou. Ele tirou dois marcadores na área e deu trabalho a Mauro. No fim, num passe com o peito, deixou Jadson na cara do gol. Mas o volante, que entrou no lugar de um cansado Cidinho, desperdiçou. Apesar do esforço, o último gol acabou não tendo a participação do holandês. Ele saiu de um escanteio cobrado por Vitinho, desviado por Antônio Carlos e arrematado por Sassá. O atacante, que substituiu Bruno Mendes, deu números finais ao jogo.

Fonte: globoesporte.com